Cuidado... depois não fale que eu não avisei.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

 Língua-de-Cobra, ou A Linguagem


Palavras são uma coisa engraçada, linguagem é engraçada.

"No princípio era o Verbo, e o verbo estava com Deus e o Verbo era Deus."
(João 1:1) 
 E também uma coisa problemática. 

Palavras são uma expressão da linguagem, e a linguagem é simbólica no mais extremo possível em seu meio de atuação, a linguagem carrega símbolos em sua própria estrutura semântica que por si só é simbólica. Assim ela é símbolo dentro de símbolos estruturado por fios de simbolismos e significâncias simbólicas.

E todo esse sentido compacto em pouco espaço/nenhum espaço a torna versátil como ferramenta, afinal, pode ser carregada para todos os lados, é fácil de ser produzida, pode ou não ser entendida, e ainda se manifesta de outras formas sempre versáteis, como grafites, placas, sons, videos, textos e muitas outras.

Nossa própria estrutura de pensamento é baseada em uma forma de linguagem, por exemplo, se uma criança não adquirir alguma forma de linguagem para ser sua língua materna (seja inglês, português ou mesmo libras) ela terá dificuldade e pode até mesmo não conseguir compreender o mundo ao seu redor. 

Da para entender o poder do Verbo, da Palavra, da comunicação e da linguagem? Para se ter uma idéia, a comunicação sempre esteve ligada a um poder divino, e sempre teve entidades relacionada com elas (eu mesmo tive a surpresa de ver três em um uma vez! ... uma hora eu conto.) como por exemplo Wotan (Odin)  deus relacionado a comunicação, ou Hermes, ou Toth ou mesmo Cristo.

A linguagem é tão forte, que já foi pensada como arma, vide 1984 do George Orwell onde o ditador fictício que tudo vê Big Brother (achou que o nome do programa veio de onde hein?) modifica a língua para servir aos seus propósitos, criando a Novilingua onde por exemplo, ele eliminou a palavra MAL e substituiu por INBOM, uma palavra que nunca vai significar aquilo que mal significa. Inbom não é mal o suficiente, e junto com a palavra vai embora o diabo, as dores, as grandes guerras e as pestes, tudo aquilo que era Mal. 

O mais terrível é que manipulação linguística como ferramenta de domínio social já acontece (veja o post Televisão do Diáábo!). Aquele que domina a linguagem tem domínio sobre as pessoas e sobre o princípio de realidade (aquilo que diz o que é o real ou não).

Gosto muito dos poetas marginais, como o Leminsk, Kerouac e Burroghs, eles entendiam o poder da linguagem e a consideravam como uma prisão, e não estão longe do que eu mesmo penso. Burroughs, o escritor beat e muuito drogado, entendia o limitador da linguagem e sua relação com a existência humana, chegou a dizer que ela se desenvolveu como uma doença, como um câncer, que mais cedo ou mais tarde   vai matar a humanidade. 

Eu me curvo ante a linguagem. 

Ela é seus pensamentos,

ela é uma arma, 

ela é um viruz

e sim, ela é linda. 

: ]
______________________________________________________

Nota: Essa postagem foi formulada e realizada por inspiração no post Uma Verdade da Geovanna Simioni, olha lá viu (sempre vale a pena) : ]
Nota²: Valeu Liz (Elizandra) pelo apoio, esse post é para você : p

Um comentário:

  1. Ameiii... Parabéns Marcos ... você escreve muito bem ... sempre deixando um enigma rs...

    ResponderExcluir

Faça um cara feliz, diga o que achou, seja lá o que for...