Cuidado... depois não fale que eu não avisei.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

 Caos

[Se for de extrema juventude e beleza - mas não crianças, nada tão extremo - ou tiver um futuro promissor, não continue a leitura, risco de sedução]


Estamos na era do Caos, ele nunca foi tão famoso, tão cult e pop ao mesmo tempo, hoje ele é as mídias sociais, a física quântica, a teoria de Fibonacci e os quadros de Dali, todos querem o definir e todos querem ser. O vestir, como uma camiseta, o usar como uma droga ou o lamber, como um pirulito.

"Mas na hora em que você define o caos, ele não deixa de ser...caos?" - diz o garoto esperto arrumando seus óculos e orquestrando um sorriso com brilho no olhar.

"Sim, não e talvez" - responde rapidamente o estranho de camisa branca e calças com graxa, ele parece ponderar por alguns segundo e completa com um só fôlego - "provavelmente os três. E ao mesmo tempo." 

O caos é um deus grego, egípcio, local e tribal, é uma idéia, uma palavra, uma força, e um poema. 

É a eterna imutável mutabilidade, é o devir sem lei ou dever, é a dor de cabeça de Heráclito, e o bloco intacto e primordial. A imperturbável força motriz das bandeiras e flâmulas, que age e briga sob efeito de um new-age avô e jamais experimentado sob as doses de haxixe ecoando a mensagem muda de profetas Leary que estão a berrar no interior de todo ser humano, semi-humano e não-humano. Não é a bagunça nem a não-organização, não apenas, o é e muito mais. É um quarto real sem revolução ou proezas, que funciona em um ecosistema, integrado conosco, porém distante e independente. É a mancha na parede.
Não entendo sua ordem, ela existe, é matemática como as plantas e efêmera com a eternidade. É a úlcera de Platão e a vodka com laranja de Sócrates. É a contra-vontade e o chute na partes baixas da contracultura. É a caganeira de Churchill e a dor de dente de Alan Moore. A doença de Nietzche. O controle absoluto, descarrilhado em sorrisos e borboletas anis com bolinhas roxas e verdes. É tudo isso, mas sobretudo nada disso.

GP - Você é realmente sério, ou o que?
M2 - As vezes eu tomo como humor sério. As vezes eu seriamente tomo como humor. De qualquer forma isso é irrelevante.
GP - As vezes você apenas seja louco. 
M2 - Não me diga! Mas não leve meus ensinamentos por falso só porque sou louco. A razão de eu ser louco é porque eles são verdadeiros.
GP - Éris é verdade?
M2 - Tudo é verdade.
GP - Mesmo as coisas falsas?
M2 - Mesmo as coisas falsas são verdades.
GP - E como pode ser isso?
M2 - Eu não sei cara, eu não fiz isso. 


Sim, vivemos em um mundo estranho. Mas é melhor que continue assim. 
Viu a sedução do caos? 

Vá dar pipoca aos macacos.
:]


Um comentário:

  1. Falou, falou e não disse nada haha típico.
    mas deu pra entender a falta de definição..
    um post bom também.

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