Hakim Bey
Conquanto nenhum Stalin fungue em nossos pescoços, por que não fazer alguma arte a serviço de... uma insurreição? Não importa se é impossível. O que mais devemos aspirar atingir senão o impossível? Devemos esperar que outras pessoas revelem nossos verdadeiros desejos?
Se a arte morreu, ou o público desapareceu, então nos encontramos livres de dois pesos mortos. Em potencial, todos nós somos algum tipo de artista - e potencialmente todo público recuperou sua inocência, sua capacidade de tornar-se a arte que experiência.
Desde que possamos escapar dos museus que carregamos dentro de nós mesmos, desde que conseguimos parar de nos vender ingressos para as galerias que existem dentro de nossos próprios crânios, poderemos começar a contemplar uma arte que recrie o objetivo do feiticeiro: mudar a estrutura da realidade pela manipulação dos símbolos vivos (neste caso, as imagens que nos foram dadas pelos organizadores desse salão - assassinato, guerra, fome e ganância).
Podemos agora contemplar ações estéticas que possuam um pouco da ressonância do terrorismo (ou crueldade, como definiu Artaud) e cujo objetivo é destruir as abstrações em vez de destruir as pessoas, a libertação em vez do poder, o prazer em lugar do lucro, a alegria e não o medo. Terrorismo Poético.
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