Cuidado... depois não fale que eu não avisei.

sábado, 17 de setembro de 2011

 Discussões e Compreensões

"não morde meu dedo caramba!"
Recentemente, li um artigo que achei de uma proposta fenomenal:  Hippies, Porcos e a igreja Institucional porém, apesar de concordar com a ideia central, que se resume á "Busque a Deus e não ao Modelo, porque Religião é em si problemática" percebi algumas coisas no corpo do texto, em especial coisas que defino por Vírus Hermenêutico (que você descobre oque é neste post).

Segue minha Resposta ao Brother que fez a postagem:


Amado, gostaria de deixar minha opinião a cerca de alguns pontos:


- Quanto ao ciclo Igreja instituição-grupo-grupo instituição:
Concordo com o fato de isso ser uma ação comum, uma ocorrência normal e até mesmo uma programação do costume e do habitual, agora, validar a fala como uma proposta determinista, um beco sem saída, uma previsão do futuro, e dizer que voltar a hierarquia é um fenômeno natural, assim como a gravidade ou o derreter do gelo, é uma afirmação um pobre e infundada, é se desfazer do livre arbítrio e das possibilidades, para dizer que ha apenas oque se vê.

- Quanto a Definição dada de instituição:
Partindo da definição dada (ou mesmo da definição do dicionário Michaelis), tudo é instituição, uma dupla de amigos, um grupo de motoqueiros, um bar, e outras coisas assim, porém as relações dentro do bar, do grupo de motoqueiros e da dupla de amigos, são diferentes entre si, e também diferem da monarquia clássica ou da igreja católica, e todos são por definição e abrangência, instituição.


- Quanto a desinstitucionalização da Igreja a a utopia:
Sim, a desinstitucionalização de uma forma politico-materialista, com é descrito, ou seja, com horários não definidos, sem datas de nada, e reuniões de ordem aleatória, não é viável mesmo, e nem é a questão.
Quando Contra a Instituição Igreja dificilmente quer dizer uma ânsia infantil de subverter a ordem política para inventar alternativas ou coisas assim. Afinal, matar um policial não vai subverter a ordem, mas matar o medo de policia em você, vai fazer com que não se ajoelhe nem esteja sucumbido a tal “ordem”, assim, ela se subverte, dentro de você. Não é matar a instituição explodindo os templos, é matar a barreira que a instituição faz em você para um relacionamento com Deus.

- Quanto a Questão Semântica:
Discordo da pobreza com que é observa a semântica muitas vezes. As palavras definem as coisas, e não as coisas definem as palavras, sim, leia Lacan. O próprio Orwell que ilustra esse artigo, na obra 1984 descreve a tentativa de se matar as coisas através do ato de se matar palavras, matando o mal, tornando-o inbom, uma palavra que não abarca e não define suficientemente bem por exemplo, o lobo-mau da chapelzinho vermelho, ja pensou, um lobo-inbom, não é a mesma coisa. Logo, mudar as palavras, muda sim a concepção e a percepção das coisas, e se bem feito, muda as coisas. A semântica é nossa maior arma, foi a palavra que nos humanizou.

- Quanto aos Hips e a Igreja:
Historicamente falando, não é plausível essa fala a respeito do movimento hippie, oque denota pouca pesquisa, dizer que os hippies amadureceram, e se tornaram homens de negócios é a mesma coisa que dizer que todos que se formam em no ensino médio serão donos de empresas.Quanto a uma sociedade depravada, é uma questão mais complexa, que por sua vez envolve o movimento fascista, a extrema direita e sua repressão, e ainda as consequências da revolução sexual, e não necessariamente os hippies.

Porém, a fala a respeito do medo da igreja desinstitucionalizada se tornar mais um novo problema que uma solução é sim muito válido e antigo, e muito provavelmente, foi exatamente esse medo, de cada um ir para qualquer lado praticando coisas contrárias a Revelação da Igreja, que fez com que o primeiro concílio o nicéia, decidisse que era necessário uma estrutura hierárquica para controlar o desenvolvimento da fé. Porém, mesmo assim a igreja cometeu horrores, e provavelmente outros atos igualmente terríveis teriam sido cometidos mesmo fora da dita hierarquia. Porque o problema são humanos, e eles estão em todo lugar.



- Conclusão Alternativa: 
E, perdão amado, tomei a liberdade, de acrescentar um outro ponto a conclusão, peço que leia como um texto só.

A cruzada anti-igreja institucionalizada é o caminho? Não, não é. [Assim como a Institucionalizada também não é.] Simplesmente porque todas essas comunidades são também instituições, apenas com formas de agir novas [ou diferentes]. Com dialetos e sotaques diferentes, mas apenas mais do mesmo. E em todas elas habita o verdadeiro problema, o grande vilão da história: pecado. Esse sim é o bicho-papão. Onde há pecado, os porcos vão sempre andar sobre duas patas e pessoas continuarão a ser magoadas, feridas e ficar chateadas com outros irmãos. Isso é inevitável. [Simplesmente onde há pecado é mesmo inevitável.] E acreditar que [simplesmente] mudar os nomes das coisas e começar a se reunir em quintais e salas de estar em vez de santuários “institucionais” vai mudar isso é de uma ingenuidade atroz. [Assim como acreditar que manter as coisas como estão uma hora vai dar certo.]

É óbvio que uma igreja institucional que se preocupa mais com a estrutura do que com as pessoas é uma instituição falida. Uma igreja institucional que funciona como uma empresa para sustentar a família do pastor ou que em vez de conduzir as ovelhas ao aprisco as conduz ao abatedouro tem sérios problemas de saúde. Uma igreja institucional que perdeu a espiritualidade, a simplicidade e o senso de discipulado é uma casca oca. Mas, por favor, entenda, isso não tem nada a ver com o fato de ela ser institucional. Tem a ver com o distanciamento de seus integrantes de Deus, com a perda de intimidade com o Senhor, com o esfriamento da fé. E isso pode acontecer em qualquer modelo de igreja. Seja ela “organizada” ou “desorganizada”.

Cristãos que perdem seu tempo precioso combatendo [ou defendendo] a Igreja institucional em vez de proclamar Cristo e pregar contra o pecado estão sendo tão úteis para o Reino de Deus como os hippies que fazem miçangas para vender na beira da praia são para a revolução social, [ou como os zumbis que não vivem a palavra e não percebem que relacionamento com o pastor, os membros e a liderança não é o mesmo que relacionamento com Deus é para o Reino do Pai]. E enquanto esse tempo é perdido, almas estão indo para o inferno, porque os que se chamam pelo nome do Senhor estão se perdendo em vãs discussões, [Como esta].

George Orwell estava certo. Expulsamos os homens da fazenda. Mas em seu lugar pomos apenas modelos novos da mesma coisa – só que com uma maquiagem diferente, [ou para ser mais correto com o contexto e a interpretação de Orwell, é simplesmente, manter o mesmo modelo, com criaturas diferentes no comando do mesmo].

Paz a todos vocês que estão em Cristo (seja na Igreja institucional, na igreja dos anti-igreja ou em qualquer outro modelo em que o Corpo de Cristo se reúna para adorá-lO em espírito e em verdade).
[Amém]

É um artigo de muita qualidade e sabedoria. Que Deus o abençoe mais e mais!

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