Cuidado... depois não fale que eu não avisei.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

 Esquecimento e Vazio

m meu mundo consideravelmente silencioso, não por controle, nem por respeito, mas por ausência de vida
Tudo se abarulhenta, pondo fim na falsa surdina, explicitando que ela apenas, precede um estrondo inaldível
Mas mais alto que uma guerra, como de fato ela é. Uma guerra silenciosa, onde meu coração é o campo de batalha.
De um desespero inespremível a quem não conhece a dor de um sonho partido tanto em distância longinqua quanto em estilhaços e cacos,
uma criatura adentra em meus sólidos e vazios salões, onde o ar é estagnado e a dor é profunda.
A criatura diminuta se mostra uma criança, baixa e de cabelo desegrenhado, como tantas outras, de traços comuns e familiares, podendo ser uma, ou todas as crianças.
A pequena para, e sua presença chama minha atenção, retirando-me de meu prazível auto-desprezo.
E com a sinceridade cuja densidade anuvia e esconde a própria palavra que a nomeia,
A criança esticando a mão e me mostrando um conteúdo misterioso repousando em sua palma, diz:
- pega, é pra você - um sorriso despreocupado se alarga no rosto da pequena, aumentando não em tamanho, nem progressivamente, mas em algum lugar profundo, por dentro, crescendo em qualidade. E estranhamente ainda mais ao me aproximar.
- E o que é isso pequena? - Digo da melhor forma possível, ensaiando um sorriso amarelo, mas desvalorizando seus presentes, pois estou acostumado a materialidade de valor, costume desconhecido pelos pequenos. Ela estica um punhado de sal dentro de uma sacola plástica e diz em um só folego.
- É o choro da areia e o sonho dos peixes - e volta a sorrir. dessa vez mais alto.

Com o coração palpitando fora do peito e próximo da mão, aninhado junto de meu recem adquirido tesouro, o meu punhado de sal, eu me lembro com dor
"os sonhos são frágeis e impalpáveis, só uma criança os toca, com a simplicidade de quem tem o ouro e com ele admira apenas a cor."
Percebi que chorava e lamentava a perda de um sonho, sem que de fato eu pudesse sequer compreender oque ele é.



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